São Fco.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Maturidade política no processo eleitoral brasileiro
O primeiro turno já foi. Dilma e Aécio, enfim!
Sem novidades no plano nacional, teremos novamente uma disputa entre PT e PSDB. Um grande sinal de maturidade política da democracia brasileira.
Todos os demais candidatos, ainda que não se possa retirar a legitimidade de se apresentarem ao pleito, configuravam enormes aventuras políticas. Alguns ultrapassavam as raias do ridículo, caso do Levy Fidelix e de José Maria Eymael. Somente a falta de saudáveis mecanismos de cláusula de desempenho explicam a dimensão sobrevalorizada que estas figura acabaram tendo na eleição.
A aventura maior de todas, Marina Silva II, também passou. Marina, no formato que acabou se apresentando candidata (sem partido, fatalidade envolvida, discurso confuso e amadorismo total na condução política da candidatura), realmente não merecia mais tempo da consideração a sério dos eleitores brasileiros.
Restaram Dilma e Aécio. Ufa! Não precisamos mais temer o inesperado, a improvisação, a brincadeira com coisas sérias. Ambos pertencem a duas agremiações partidárias conhecidas, estão nelas há tempo considerável, que apresentam quadros necessários para dar conta da tarefa de administrar um país como o Brasil.
E mais, as colorações ideológicas se descortinam no embate eleitoral, ganhando contraste e definição clara para que os eleitores possam escolher que futuro querem para o Brasil.
Esquerda e direita democráticas, em síntese.
No contexto geral, o que se percebe foi o aumento da fragmentação partidária no Congresso Nacional, tendo os maiores partidos, PT e PMDB, diminuído suas bancadas na Câmara. Vai ser um pouco mais difícil governar (mais ainda se for o PSDB o vencedor).
Já se fala que o campo conservador aumentou sua bancada no CN. Isso constitui um freio decisivo para as ações de um segundo governo Dilma, que terá que novamente se modular diante da representação popular da próxima legislatura. Em caso de vitória de Aécio, que nesta campanha está se fazendo acompanhar de muitos rostos do reacionarismo autoritário brasileiro, o quadro se afigura anunciador de importantes retrocessos, em diversos aspectos da vida política e social do país.
Nos Estados, confirma-se a tradição plural do país, que ficou obscurecida nestes últimos 20 anos de fla-flu PT-PSDB na disputa federal. Diversos partidos tiveram vitórias nos estados, até mesmo o pequeno mas aguerrido PCdo B levou o governo estadual do Maranhão.
Estas duas semanas serão decisivas para o futuro do país. Oxalá não retrocedamos na construção duramente feita nos últimos doze anos.
O Brasil precisa aprofundar seu processo democrático e intensificar as políticas públicas de inclusão social e redução das desigualdades sociais. Cumprir a constituição federal vigente, nascida da superação de um enorme trauma político, a ditadura militar.
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