São Fco.

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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Desarmamento



Há alguns anos passei por um dilema danado. Tinha que votar, sim ou não, no referendo sobre o desarmamento. Havia razões boas para ambos os lados. Como decidir?

Sou um pacifista. Sou absolutamente contra a violência, não apenas envolvendo armas de fogo, mas qualquer forma de violência. Nunca praticaria artes marciais. Mas, sou consciente que o meu desejo não muda o mundo. Assim, é fato que apesar de muitos desejarmos um mundo de paz, o mundo de verdade é mais complexo e sempre apresentará a violência como uma de suas realidades.

Que bom se ao votarmos num plebiscito a gente pudesse mudar, com um aperto de botões, a natureza humana. Se proibir a fabricação de armas trouxesse consigo o fim da violência humana, nossa, que beleza. Eu votaria junto. Mas isso não vai acontecer.

Existe um argumento forte a favor do comércio legal de armas: "a proibição do comércio legal de armas, como armas continuarão a ser fabricadas em algum lugar, não atinge aqueles que queiram ter este tipo de supremacia sobre os demais, impedindo o cidadão regular de se defender, em querendo."

Mas, não foi este argumento que decidiu o meu voto. Acabei votando contra a proibição por um motivo mais complexo, que envolveu minhas leituras de criminologia crítica. É que a coibição da venda de armas envolveria a criminalização das condutas e a gente já sabe onde isso vai dar: mais água no moinho de um sistema penal de eficácia invertida. Meu lado minimalista penal falou mais alto.

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