São Fco.

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eduardo Marinho fala sobre política, religião e outros temas



Ontem fomos com a primeira fase na atividade realizada pelo CAD, onde Eduardo Marinho, este sujeito do vídeo acima, esteve para trocar ideias com os acadêmicos. Programada para a sala 1 do bloco "O", acabou sendo realizada na praça aberta situada ao lado do bloco P.

Foi uma noite interessante. Sinto falta do clima de Universidade, da contestação, do debate livre de ideias. Cada vez mais parece que o espaço da reflexão se vê mais e mais circunscrito, quase ao ponto do sufocamento. Cada vez mais Universidade se resumirá a "passar a matéria" e "cumprir o horário". Os alunos de hoje carecem de um pouco de rebeldia criativa (não confundir com falta de polidez).

Com Boaventura de Souza Santos, penso que é necessário repensar a emancipação. A técnica pela técnica, algo em que a humanidade está se tornando quase perfeita, não é suficiente. O projeto de emancipação da modernidade (tomar o EStado, fazer a revolução) parece ter esgotado seu poder de sedução. Que fazer?

Nunca tinha ouvido falar do Eduardo. Por isso, escutei-o atentamente. Depois de ouvi-lo posso dizer que ele tem ideias com as quais concordo em grande parte. E que estas ideias não são novas. Se alguém quiser ler, encontrará muita literatura crítica que ajuda a compreender a realidade em que estamos inseridos. Mas, quem lê livros hoje em dia no Brasil?

Daí que o Eduardo parece, para alguns, uma novidade.

O que de mais proveitoso eu achei que ele representa é esta afirmação que a política não se esgota no que chamamos "política institucional". Podemos fazer (e, na verdade, sempre fazemos, mesmo quando ficamos inertes) política em nossa vida cotidiana. A política partidária não esgota a política. Por isso gosto da definição de democracia do Claude Lefort.

Parabéns ao CAD por te-lo trazido aqui. Se sua presença tiver motivado ao menos algum aluno a procurar um livro e se fundamentar na crítica social, já terá valido a pena. E existe uma literatura imensa à disposição de todos. Que ninguém fique com a falsa impressão de que, por não ter cursado uma faculdade, Eduardo tirou suas ideias de algum surto psicótico ou uma iluminação súbita. Podem ter certeza de que ele lê. E muito.

Um comentário:

  1. Foi incrível né? =D *-*

    É uma pena que esses momentos sejam raros na universidade, seria muito mais proveitoso fazer as aulas assim, se não todas, mas com mais frequência, pelo menos...

    Abraço, prof.!

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