São Fco.

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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Diretas já!





(A foto acima é da manifestação pelas diretas ocorrida em Copacabana neste último domingo)

Trinta e três anos depois nossas dificuldades de implementar um regime democrático no Brasil nos levam a gritar de novo pela realização de diretas já!

Em 1984 era a explosão popular depois de vinte anos de uma ditadura insuportável, responsável por tantos atrasos para o país. Em 2017 a reivindicação por eleições gerais diretas (para presidente e para o Congresso Nacional) surge em contexto bastante diverso.

Trata-se da única saída democrática para o impasse a que nossas elites nos conduziram, desde que promoveram uma desestabilização institucional agressiva para interromper o ciclo político renovado nas urnas a cada quatro anos desde 2002.

Judiciário, mídia, empresários, setores majoritários do Congresso Nacional apostaram na ruptura da ordem constitucional para promover uma agenda política e econômica regressiva que não foi aprovada nas urnas pela população. Pior, para tal aceitou fortalecer no poder um grupo parasitário, corrupto, liderado por uma figura lamentável, que não goza da confiança sequer de 5% da população brasileira.

Surpreendido em atividades criminosas por ação da PGR e STF, o presidente é a figura que incorpora em sua pessoa tudo aquilo que a Nação quer ver extirpado da cena política: a corrupção, a incompetência, a destruição de direitos sociais, o flerte com práticas autoritárias. Vejam a que ponto chegamos: a solução política está inviabilizada porque o presidente simplesmente teme a possibilidade de vir a ser preso no momento seguinte da renúncia ao posto! O país não pode permanecer refém deste tipo de situação.

Michel Temer não é o homem certo para o momento crítico que vivemos. Quem o é?

Se a parte mais importante da constituição de 1988 ainda for para valer, aquela parte que afirma que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes ou diretamente", é o povo que deve indicar esta pessoa.

Também as ditas "reformas" só poderão ser aprovadas com legitimidade após o restabelecimento de um quadro de normalidade institucional democrática. Por isso gritamos: diretas já!

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