São Fco.

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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pela volta da explicitação política



O ex-presidente Lula, numa de suas muitas tiradas constrangedoras, afirmou, num encontro com empresários (2006):

""Se você conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque está com problema" [risos e aplausos]. "Se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, é porque também está com problema", afirmou o presidente depois de receber o prêmio "Brasileiro do Ano" da revista "IstoÉ".

Lula explicou que, em sua opinião, as pessoas responsáveis tendem a, conforme amadurecem, abrir mão de suas convicções radicais para alcançar uma confluência. Tal fenômeno ele classificou de "evolução da espécie humana"."


Ontem ao ler o Diário Catarinense, esta afirmação de Lula me veio à mente. No DC, estava lá com todas as letras que o governador de Santa Catarina, em seu novo partido, será base de apoio de Dilma.

Isso mesmo, você não leu errado, os demistas (ex-pefelês, base de sustentação da ditadura militar, partido do Bornhausen) que estão tentando fundar um novo partido ("nem de direita, nem de esquerda, nem de centro", segundo seu maior líder (?!?), Kassab, na foto acima com Colombo), vão apoiar o Governo do PT.

Que bom se a frase do ex-presidente refletisse algum fenômeno real em nossa sociedade. Mas, o que ocorre na política brasileira não tem nada a ver com evolução de idéias. Trata-se de mais um capítulo do patrimonialismo brasileiro, que chegou em plena forma ao século XXI.

Em nosso país, a classe política formal, da democracia representativa, se autonomizou em grau extremo do resto da sociedade. Vale tudo para a realização de seus objetivos imediatos: ocupação e manutenção de esferas de poder. O povo que se lixe. A história pessoal que se dane. Coerência? Não sejamos ridículos, diriam eles.

Pergunto, como ficam os eleitores de SC, profunda e legitimamente conservadores, que elegeram um candidato do DEM em primeiro turno (lembrando que o segundo colocado é do PP, outro partido nascido da ARENA, que sustentou a ditadura militar), derrotando a candidata do (esquerdóide e comunista (rsrs)) PT?

É... a coisa não está fácil. Fim das ideologias? Não, certamente não. Basta fazer a leitura da realidade. Não dos discursos, mas das ações. O que o Governo de SC fez com a greve dos professores mostra o que é um fazer política no viés da direita.

Então ficamos assim: o governo do PT aprova uma política de piso nacional mínimo para os professores; o governo de Santa Catarina ("o estado mais evoluído, de educação mais qualificada, o estado onde mais se trabalha" (rsrs)) tenta barrar esta política no Judiciário, não conseguindo, não a implementa e diante de uma greve de mais de 60 dias escolhe uma solução que novamente adentra pela ilegalidade. E este Governador declara que apóia Dilma. Ah, então tá!

É urgente que se reimplante no Brasil o debate político básico no Ocidente. Direita e esquerda, nos termos do livro do italiano Norberto Bobbio. Os políticos profissionais sabem do que se fala aqui. Quem está sendo enganado é o eleitor.

Um comentário:

  1. A pura verdade. Povo que não sabe por onde anda, não sabe aonde vai chegar.

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