São Fco.

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Política como argumentação - III

Hoje fizemos o encontro de filosofia do direito para apresentação dos trabalhos dos grupos sobre política como argumentação. A ideia era analisar os discursos dos candidatos a partir de conceitos de teoria da argumentação, como "lugares comuns", "noção de presença", "petição de princípio", "auditório" etc. O debate foi muito interessante.

Uma das características comuns que saltou aos olhos foi que a maioria dos candidatos esconde seus vices e seus partidos políticos, a confirmar a máxima popular que as pessoas votam em pessoas e não em partidos. (aqui sempre tratamos de generalizações, por certo há pessoas que votam partidariamente, mas são minoria.). Somente o candidato ao governo do PV enfatiza seu partido, certamente por ser o candidato menor que o partido.

Quando vemos Marina Silva destacar também o PV, vemos que na verdade este partido conseguiu se apresentar como algo que agrega, penso que por dois motivos: (1) como o PV não governou nada importante nacionalmente, não tem o desgaste dos demais e (2) como a causa ecológica é transversal aos temas de classe, o PV apareceu realmente como um discurso novo.

A aluna Pathy destacou uma petição de princípio do candidato do PV ao governo de SC: ao dar ênfase á proposta de estações intermodais, o candidato deu presença a algo inenteligível, mormente considerando seu diminuto tempo de rádio e TV!

A aluna Elisabeth apontou algo que ainda não tinha ouvido, ao analisar o discurso de Serra: ao dar tanta presença (pela repetição) em sua atuação como ministro da saúde, Serra dirige discurso aos idosos, deixando os jovens livres para se identificar com a fala direta de Marina. Os jovens são a maior faixa etária nesta eleição. Considerando que ele começou a disputa acima de 40% e terminou o segundo turno com 32%, será fundamental que, para o segundo turno, haja mudanças no discurso, para atingir também os jovens (será a pauta conservadora (aborto etc) o caminho? Duvido).

O grande lugar comum da campanha é Lula. Começar argumento sem prestar reverência ao seu governo é petição de princípio. Quem não fez isso não passou de 1%. Serra chegou a se apresnetar como seu amigo no início da campanha e rapidamente o bolsa-esmola virou ação a ser valorizada e ampliada.

Semana que vem encerramos a atividade. Se alguem quiser acrescer algum comentário sobre algo que me escapou, fiquem à vontade, o espaço é democrático e plural.

Um comentário:

  1. Um destaque para o vice de Marina: o empresário Guilherme Leal, presidente da Natura... Dizem que somou 72 vezes mais que os demais em valores declarados... Matéria relacionada abaixo:
    http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=33554

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