São Fco.

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Evolução democrática

Os próximos seis meses serão intensos no Brasil. Seremos todos bombardeados por fortes estratégias de propaganda eleitoral, com cada lado da disputa buscando realçar os defeitos do adversário e suas pretensas qualidades. Ninguém deve ser ingênuo, a comunicação numa campanha eleitoral deste porte é feita por profissionais e custa uma fortuna. Preocupa-me o fato de que os ataques de lado a lado possam fazer o cidadão perder a noção do quanto a democracia brasileira efetivamente avançou nos últimos anos.
A candidata do governo será rotulada como ex-terrorista, inexperiente na política, antipática, excessivamente dura, “poste” do Lula etc.
O candidato da oposição será rotulado de privatista, continuador do governo FHC (que não é bem avaliado pela maioria dos brasileiros), mau gestor, autoritário, antipático, aquele que vai acabar com o programa bolsa família etc.
Mas, em que pese ambos os candidatos com potencial eleitoral serem efetivamente não muito simpáticos e não carismáticos (o que antecipa uma campanha pra lá de estranha), descolemo-nos um pouco do imediatismo dos interesses em jogo e nos posicionemos numa visão de longo prazo. O que vemos? O quanto a democracia brasileira avançou.
A biografia dos três candidatos principais na disputa é esclarecedora: todos estiveram do lado certo durante a recente ditadura militar brasileira. Dilma combateu ativamente o regime militar. Serra foi presidente da UNE e teve que sair do país durante certo período. Não há na cabeça de chapa nenhum representante da direita autoritária (com quem cada um se junta é outra história...). E, tão importante quanto: os militares não jogam mais qualquer papel de relevo no processo sucessório.
No fundo, para o país, é isso o que mais importa.

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