São Fco.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Evento com candidatos na UNESC



Ontem (16 de setembro), tivemos na UNESC um evento com vários candidatos a deputado estadual e federal. Como alguns alunos da turma 1 de IED pediram e sou um militante contra o processo de desqualificação da política, "levei" a turma. Foi muito proveitoso.

Primeiro, o evento foi muito bem realizado. Conduzido pelo jornalista Adelor Lessa, os candidatos de todos os partidos tiveram 3 minutos para se apresentar a um auditório lotado, discutindo propostas que a Univesidade apresentou a eles formalmente no início das atividades.

Pudemos perceber que no geral o nível dos candidatos é elevado, pessoas com discurso articulado e, na maioria dos casos, boa oratória. Dá para perceber que alguns, por sua experiência em cargos públicos e até mesmo no Legislativo, expressam uma visão mais realista do que podem fazer. Outros nem tanto. Não há nada próximo de Um Tiririca, ufa!

Todos os candidatos ressaltaram a importância das universidades comunitárias, promentendo apoiar iniciativas e demandas a UNESC e demais IES do sistema ACAFE. O candidato Comim destoou um pouco, pois afirmou sua posição, que não deixa de ser legítima, de que recursos públicos devem ser direcionados para alunos carentes, mesmo que estejam em escolas privadas. Esta posição, na minha opinião, é equivocada.

Destaco algumas impressões que me ficaram na memória: (1) a fala do Presidente do DCE foi brilhante, pelo conteúdo, pela forma, pela atitude. Lembra os velhos tempos de movimento estudantil, quando o número de alunos alienados era menor (o DCE/UNESC merece!); (2) a popularidade da candidata Romanna Remor destacou-se ontem e fiquei pensando que sua estratégia de atingir um público infantil lá atrás está trazendo resultados hoje, pois já se passou uma década que fomos introduzidos ao seu discurso e sua marca inconfundível, o simpático fusquinha rosa (as crianças de 2000 já podem votar); (3) a pequena impressão ruim que me ficou foi em relação ao comportamento de uma parcela pequena do público. Explico.

Alguns alunos que estavam sentados atrás de mim falavam o tempo todo, externalizando uma postura de intolerância com as diferenças que eu pensava estarem em extinção entre universitários. Um candidato mais velho, mais feio, desajeitado ou de algum modo diferente era alvo imediato dos grunhidos e apupos do grupinho. Exemplo: um dos candidatos, do PDT, mais velho, tinha um ritmo de fala diferente, falava bem e ao final elogiou um pouco demais o Lessa. Pronto, para as proto-fascistinhas atrás de mim ele na hora foi tachado de homossexual, com muitos "huuuums" e "aiii!" sendo pronunciados em alto e bom som pelas acadêmicas. E homossexual aqui, na cabecinha delas, era algo considerado como ofensivo, bem entendido. Vamos crescer, moçada! Estas atitudes não são mais aceitáveis hoje num ambiente universitário. Respeito com o ser humano, acima de tudo, sempre.

Mas, isso nem apareceu nem turvou a noite. Deu tudo certo. calhou ainda de o candidato-aluno da UNESC, do PSTU, ficar por último. Aí foi aquele discurso conhecido, onde ninguém presta, todos são burgueses, é tudo igual e somente "a minha" seita é que tem a sloução para a sociedade perfeita. Foi hilário ver que o alunado presente vibrou no começo de sua fala, pois ele fez o jogo dos poderosos, desqualificando a tudo e a todos, mas se calou espantado quando ele esboçou o ideário PSTUiano: estatizar isso, estatizar aquilo, estatizar tudo. Deu pra ver (para quem tem olhos), o porque de estes partidos não passarem do traço nas pesquisas.

Parabéns à reitoria e DCE pelo evento. Depois de muitos anos de isolamento, ver a UNESC se articulando com as forças políticas da sociedade é alvissareiro. Afinal, este é o seu dever, pois se trata de uma Universidade Comunitária.

* Fotos de Lucas Borges - Ápice.

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