São Fco.

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sábado, 26 de junho de 2010

Internet e o fim do poder da mídia


Outro dia, conectado no "twitter", alguém retuitou manifestação do Diogo Mainardi que afirmava ser a Internet o lugar onde quem não tem o que dizer fala o tempo todo, algo assim.

Vi na frase do colunista da Veja o que no boxe se chamava "acusar o golpe", ou seja, mostrar para todos e para o adversário que um de seus socos o tinha realmente debilitado. Normalmente isso ocorre, é claro, de modo involuntário. Desta vez, o colunista de Veja, querendo humilhar a todos, deu a perceber o que se passa com sua atividade.

Ora, até alguns anos atrás, os formadores de opinião estavam aboletados nos poucos veículos da mídia, seja nacional, regional ou local. Pessoas como ele mexiam as cordinhas da "opinião pública" e isto era usado como instrumento de comunicação mas, principalmente, de poder.

A internet já dá mostras claras de que esta época está acabando. O episódio Dunga "versus" Globo mostrou isso, com a Globo tendo que recuar ante a impossibilidade de manipular, como nos velhos tempos, o povo contra o esforçado treinador. (Pra quem já foi decisiva na definição de eleição presidencial, hein? quanto retrocesso srs. Marinho!)

As redes sociais estão a horizontalizar o fluxo de comunicação no mundo e no Brasil. Isto é maravilhoso para quem é democrata. Em segundos, uma rede social como o twitter desmonta uma manipulação global. Temos que saudar os novos tempos!

Se é verdade que há muita bobagem na internet, também é verdade (e o sr. Mainardi sabe disso) que o número de pessoas capazes intelectualmente é imenso (basta pensar no número de pessoas com ensino superior no Brasil de hoje, capaz de pensar por si próprios), e que a tribuna pública que a internet oferece a estas pessoas vai redimensionar o papel dos antigos formadores (manipuladores) de opinião.

Razão assiste ao nosso querido sociólogo português Boaventura de Souza Santos (foto): se há uma globalização hegemônica, há também a oportunidade de uma globalização contrahegemônica, que ele chama de cosmopolitismo subalterno. Vamos construir esta esfera pública virtual global!

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