São Fco.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Gravações mostram venda de sentença em MT, diz PF


Da FSP de hoje.

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

Diálogos interceptados pela Polícia Federal revelam bastidores de suposta rede de corrupção que, segundo apuração chefiada pelo Superior Tribunal de Justiça, direcionava resultados de ações em Mato Grosso.
No inquérito, ao qual a Folha teve acesso, são descritos 14 julgamentos nos quais a PF viu indícios de venda de sentenças ou de articulações frustradas nesse sentido.
Por meio de grampos e escutas, a PF descobriu que o tema era tratado por suspeitos de integrar o esquema, que incluiria advogados, juízes e desembargadores.
"Fechamos um negócio de R$ 1 milhão. Vou mandar um de R$ 9.000? Por menos de 100, 200 mil ninguém faz no tribunal." A afirmação, diz a PF, é de Ivone Siqueira, detida há duas semanas sob suspeita de ser intermediadora.
Ela falava com o sobrinho de um condenado por tráfico que queria, segundo a PF, saber "quanto que cobra para tirar ele no tribunal".
A operação prendeu mais oito pessoas. Entre elas a advogada Célia Cury, mulher do ex-desembargador José Tadeu Cury, apontada pela PF como centro do esquema.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas casas de Cury, do ex-desembargador Donato Fortunato Ojeda, dos desembargadores Evandro Stábile (presidente do TRE-MT) e José Luiz de Carvalho, e dos juízes Eduardo Jacob e Ciro Miotto. Todos são citados nas gravações, segundo a PF.
Um caso investigado é o julgamento de recursos no TRE sobre a cassação do prefeito eleito de Alto Paraguai, Adair Moreira (PMDB). O grupo ligado à segunda colocada, Diane Alves (PR), aparece em diálogos tentando ratificar a cassação.
Num trecho, Diane é informada de que "o homem" quer se reunir com ela e que fará uma "proposta". No horário do encontro, a PF fez campana e fotografou a entrada do presidente do TRE.

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